Era uma tarde de sol, a praia estava esvaziando de pouco a pouco e eles estavam lá, a espera do pôr do sol, ela estava feliz aquela tarde, pois amava pôr do sol e estava certa que ele estava feliz ao seu lado. Estava certa de que ali, ele falaria o que ela estava esperando meses para ouvir, ela sentia que ele estava diferente. Ele diria então “eu te amo” aquela tarde?
O sol estava a se por, o céu estava espacialmente laranja e quando ela se colocou pronta para falar, haviam algumas poucas estrelas pipocadas no céu. A noite estava quase caindo por fim, o céu em um crepúsculo extremamente belo aos olhos humanos.
- Tenho que te dizer uma coisa. – Ela disse, por fim. Ela fitou o mar, estava com vergonha.
- Diga. – Ele, por sua vez, estava monossilábico demais o dia inteiro. Ela o olhou por fim, encarando o castanho escuro de seus olhos.
- Eu te amo. – Sorriu depois de pronunciar aquelas três palavras, parecia que seu coração havia ficado mais leve e o céu, mais bonito com isso.
Ele vacilou, desviando o olhar. Ele estava confuso.
- Preciso ser sincero. – Desabafou. Voltou a olhá-la. – Eu não te amo.
Os olhos da menina marejaram-se diante do mar.
- Pode me dizer o por quê? Quer dizer... Tem um porque, não tem? – Sua voz já falhava.
- Você é tão perfeita. – Ele disse se contradizendo sem querer. – Você é linda, meiga, carinhosa e inteligente. Gosta de pôr do sol, mas se perder ele, não se importa em se contentar com as estrelas. Você gosta de flores, e não liga pra presente. Você lê poesias, escuta músicas de muito bom gosto, sorri com o sol e ama a chuva. Dança como se não ligasse pro mundo e luta pela sustentabilidade. Quando gosta, ama. E quando não gosta, atura. Você é boa demais pra mim. – Ela ouvia suas qualidades sem entender. – Olha pra mim. – Ele disse, ela olhou. – Eu preciso de alguém que erre comigo, que não me intimide, alguém que não seja tão perfeita...
Ela não entedia, se sentiu mal por isso e sentiu até raiva de si, por ser como ele mesmo disse tão perfeita, mesmo conhecendo de perto sua infinidade de defeitos.
A conclusão que se tira disso é que, não adianta... Mesmo estando com a melhor pessoa do mundo, se você não amá-la de verdade, todas as qualidades dela serão nulas. Portanto desperdiçar seu tempo e magoar o próximo em vão, tentando achar coisa onde não tem, certamente não é o melhor a se fazer.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Outro conto de dois.
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Eu sou apaixonada por todos os textos da Thata, mas esse é muito instigante.Adooooooooooooro!
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