segunda-feira, 27 de setembro de 2010
"Dizem que é um coração partido...
... Mas meu corpo inteiro dói."
Eu tô mal. E quando eu digo que eu estou mal, eu estou mal de verdade. Eu não sei ficar mal pela metade, eu não sei ficar meio mal. Quando é pra ficar, ou quando (infelizmente) acontece eu fico mal pra valer, fico mal por completo.
A fala trava, a saliva engrossa, o água não desce, a comida faz mal, as pessoas não entendem e então o choro vem. As palavras não obedecem, a internet não distrai, músicas se tornam insuportáveis, o espelho reflete a desgraça.
Dói fisicamente. A cabeça dói, o estômago dói, as pernas e os braços também doem... Os olhos ardem, os lábios ressecam, o ouvido zuni, os dentes trincam... Até o ciso que eu não tenho, dói.
O cabelo irrita, o esmalte me faz parecer uma velha ou uma adolescente ridícula, depende da cor. Os dedos doem de tanto estalar, as espinhas doem de tanto serem espremidas, os cravos marcam. A cama fica dura, a chuva fica mais barulhenta, o frio aumenta...
Quando eu tô mal, eu não espero ficar bem. Quando eu tô mal, eu sempre me lembro de alguém. Quando eu tô mal, eu atribuo à você. Quando eu tô mal você some, quando eu tô mal, seu abraço não está aqui... E dói. E não dói pouco, dói muito.
Não há remédio que resolva essa dor que só o meu psicológico é capaz de criar. Sem sua preseça dói. Sem seu sorriso dói, sem suas piadas sem graças dói, sem você dói demais. E quando eu tô mal, o que me resta é deitar na cama dura, sentir o frio, ouvir a chuva, sentir as dores, procurar o sono perdido e esperar para que no dia seguinte a dor tenha diminuído.
Thainara Oliveira
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Me identifico muito com esse post, sem falar da alma que fica ferida e deixa de me fazer sentir viva. Eu viro um zumbi que fica vagando por aí a espera de que algo aconteça ...
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