sábado, 11 de setembro de 2010

Only Exception


Era mais um dia frio de um mês do meio do ano. O dia eu nem me lembro, pois a essa hora da manhã, minha cabeça só pensava no quão feliz eu estaria se eu estivesse na minha cama quentinha. Não chovia e me arrependi de ter colocado tênis, minha sapatilha bege ficaria melhor com a minha roupa e combinaria mais com o meu cachecol feito pela vovó.
Fui pro ponto de ônibus. Lá estavam os mesmos rostos de sempre, as expressões é que estavam diferentes, havia uma certa felicidade, mas ela parecia não caber a mim.
O ônibus atrasou mais que o esperado, isso me irritou. Eu ouviria da minha chefe algo que me iria me fazer pensar em dizer algo que ela não gostaria de ouvir. Respirei fundo e coloquei meus fones, uma música sempre cai bem. Droga, bateria fraca. Dez minutos, o coletivo atrasado chegou, um pouco mais vazio que o normal, ainda bem uma coisa diferentemente boa. Engarrafamento de sempre e dessa vez sem música, a porta dianteira abre, alguém entra e eu só fitava os carros ao redor.
Um perfume. Um delicioso aroma, que me fez lembrar como é sorrir àquela hora da manhã. Não me contive, olhei pro outro lado, era um alguém. Não um qualquer, pois aquele cheiro não se encaixava a um padrão.
Me senti tão abobada depois que reparei que ele olhou pra mim de volta e sorriu. Eu estava tão acostumada a rirem de mim e não pra mim que virei meu rosto bruscamente, me remetendo a atos adolescentes, com vergonha me virei para olhá-lo mais uma vez, agora seus olhos estavam fechados. Então pude o observar sem receio, ele não era dotado apenas de um bom perfume, mas também de uma boa aparência. Um rosto másculo, seu cabelo raspado, sua covinha que me foi perceptível por ele estar esboçando um sorriso, eu quis sorrir.
Ele se mexeu e eu me virei pra janela de novo, ele se movimentou e eu não me atrevi a olhar. Demorei, mas quando olhei ele estava em pé. Me estendeu um papel, sorriu e saltou.
“ Amanhã, pode me dizer bom dia, eu não mordo.”
Eu estranhei. Ela faria parte da minha rotina agora? Com certeza fiquei vermelha.
Era mais um dia frio de um mês do meio do ano e agora a felicidade não cabia em mim.


Thainara Oliveira ;*

3 comentários:

  1. Lindo!
    Uma pena ser só ficção, mas não desmerece a beleza da história...
    Beijos!

    ResponderExcluir
  2. Sensacional! Gostei do seu fim, invertendo e comparando, ou... enfim, me escapou a explicação agora..! auhauhauha
    mas eu gostei Tha, gostoso de ler! BEIJOS!

    ResponderExcluir