sábado, 21 de agosto de 2010

De Clarice.


"Sentou-se diante de um papel vazio e escreveu: comer - olhar as frutas da feira - ver gente - ter amor - ter ódio - ter o que não se sabe e sentir um sofrimento intolerável - esperar o amado com impaciência - mar - entrar no mar - comprar um maiô novo - fazer café - olhar os objetos - ouvir música - mãos dadas - irritação - ter razão - não ter razão e sucumbir ao outro que reivindica - ser perdoada da vaidade de viver - ser mulher -dignificar-se - rir do absurdo de minha condição - não ter escolha - ter escolha - adormecer - mas de amor de corpo não falarei. Depois dessa lista ela continuava a não saber quem ela era, mas sabia o número indefinido de coisas que podia fazer. "

- Clarice Lispector.

Na falta de tempo e consequentemente de criatividade. Nada melhor que as palavras da minha poetisa preferida. *-*

2 comentários:

  1. Clarice, como sempre, com palavras perfeitas.
    Beijo!

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  2. Ela com certeza é a escritora mais incrivel que eu conheço, ela além de escrever bem, tem um ótimo humor em seus textos e transmite total sentimento no que escreve. Não, essa não é a Clarice Lispector. Essa é Thainara Oliveira ;D

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