sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Romance água com açúcar.




Tá tocando aquela música no meu MP3 velho. Aquela que a gente dançou juntos na primeira noite de todas as outras que estariam por vir, e a gente nem sabia. Do que mais a gente não sabia? Bem, eu posso dizer agora que ainda não sei porque eu não gosto de mais nada que não tenha você no meio. Eu nunca gostei de balada, e você fez todas aquelas pessoas bêbadas, aquela música ensurdecedora e todo aquele calor parecerem mágicos. Você é algum tipo de mágico, anjo ou feiticeiro? Ou simplesmente me ofereceu o melhor e mais eficiente drink da boate? Você adivinhou que morango é o meu sabor preferido ou sorrateiramente pesquisou pra não errar? Você sabia do meu medo de multidão ou me deu a mão só por dar? Posso dizer que fez toda a diferença. E o diferente é o que te torna especial, assim como eu me senti um alien de sapatilha e saia rodada no meio de tanta mulher de vestido colado e saltos torturadores. Ainda assim você disse que eu era a mais bonita dali. Não era esse o propósito, eu não estava confortável naquele erro. Mas pra te ver falando daquele jeito de novo, eu erraria mil vezes mais.
 E depois disso tudo, eu às vezes deixo de ouvir minha bossa nova pra ouvir essa música, que agora me pertence, nos pertence. As batidas da música sintonizam com as batidas do meu coração e logo seu sorriso me vem à mente, não aquela risada desesperada de quando eu te faço cócegas, mas sim aquele sereno que você dá um segundo antes de me dar um beijo.
Você me fez mudar de ideia quanto a minha série predileta, você mudou a senha do meu email pro seu nome, você como todos os meus morangos, você dorme em cima do meu braço e deixa ele dormente, você abre a minha água com gás, você acaba com meu hidratante favorito, e acaba com a minha cara de brava, e acaba com os meus medos do futuro, e desfaz o meu coque, o meu ciúme, a minha cama... Você me desvira e vira meu mundo do avesso. Você me domina, me fascina, me morde e me sorri. E tudo começou com uma música, com uma dança. E hoje, sem você, o que seria de mim? 

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