Eu vejo fantasmas em plena luz do dia, eu bebo um café ruim, eu ando em círculos pela sala retangular pequena, uma, duas, três, quatro... E uma música de funk me perturba. Contar até quatro, nunca mais foi a mesma coisa desde que você me apresentou essa praga de música. Eu, implicante, te questionava como se jogava o clima "lá no alto", e você revirava os olhos e fazia a dancinha do "alto-cima", mostrando que não cedeu a minha implicância. Você era a pessoa que eu mais amava implicar, levando em conta, que eu só implico com quem eu gosto, eu só irrito quem eu gosto e de você, eu gosto demais. E no fundo, eu sabia que já tinha virado amor há uma ou duas semanas, quando eu te vi chorando pela morte do seu hamster, e eu quis virar um hamster só pra te ver sorrir de novo. Eu prometi te dar um animal com uma vida que durasse mais, mas você disse que não queria mais cuidar de nada a não ser um filho e eu quis te dar um filho (...). Eu quase falei isso em voz alta, e eu sei que você arregalaria os olhos assustada como quando fica assustada de verdade. Eu nunca te disse que eu sei quando você finge estar assustada e quando realmente fica. Em todo caso, guardei pra mim. E desde então eu fico dando voltas na sala pequena, imaginando em como seria um filho seu, comigo. E as vezes acho que estou ficando maluco e cheguei a sonhar com bebês mais de três vezes em uma semana. E a música do Naldo ecoa no apartamento como uma praga quando eu ligo o rádio e eu decidi que escutar rádio nunca foi e não é mais boa opção. Ontem a noite eu resolvi sair pra beber com aquele meu amigo, o Yuri, que você odeia. E ele disse que tudo bem eu ter pirado e ter te afastado de repente e falou pra eu superar, e descobri porque você o odeia tanto, e me peguei o odiando também. Um amigo não diz essas coisas pra um amigo que tá amando, ops, gostando tanto como eu estou. Deixei ele falando sozinho na segunda cerveja, e hoje acordei com ele me ligando. Ele é mais carente que mulher, muito mais insuportável que você na tpm, e daí entendi de vez porque você o odeia tanto. E depois da cerveja, eu comecei a soluçar feito doido voltando pra casa e eu me lembrei de como você curava essas minhas crises com uns beijos no meu pescoço maravilhosos. Você dizia que não era o beijo em si, e sim a distração que ele causava, que você aprendeu isso em uma revista estrangeira de não sei de onde, devia ser da Europa, já que você amava os lados de lá. E por falar da Europa, eu amava o jeito que seus olhos se enchiam quando você lembrava da sua viagem pra Londres, que seu sonho era ficar por lá e ouvir Beatles eternamente. Mas eu sabia, que você não ia aguentar muito tempo sem comer feijoada e ouvir esses funks escrotos. Mas sabe o que não era escroto? Era você dançando funk, com aquele negócio que era grande demais pra ser calcinha e curto demais pra ser um short, mas era sexy de qualquer jeito. Você sabia me entreter tão bem, sabia meus pontos fracos e fazia dos seus pontos fortes a minha fraqueza também. Eu te chamava de bruxa, macumbeira, feiticeira e no meu interior eu gritava M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A, soletrado e em maiúsculas. Agora eu fico perambulando na pior pista de skate da cidade, porque eu sei que é lá que você vai tomar uns tombos sem ninguém pra rir de você. E tá quase chovendo e eu continuo aqui, porque eu sei que você é do tipo de maluco que gosta de andar na chuva, assim como gosta de praia num calor de mais de 40°. Você é toda doidinha com essa tatuagem em inglês no braço, com esse cabelo de chapinha, porque o seu natural é um enrolado que eu adoro, mas que você odeia. E por que eu te adoro tanto? Que cacete! Por que eu tô aqui parado na chuva, na esperança de te encontrar e dizer tudo isso na sua cara e te ver ficar assustada de mentira, porque eu sei, eu sei que você ia amar. Eu sei de tanta coisa, e não sei como eu consegui te afastar. Eu sei de tanta coisa e não consigo parar de andar em círculos, ouvir Naldo e sonhar com hamsters com cara de criança e vice e versa. Eu sei de tanto detalhe e esqueci do principal, de lembrar que você odeia esse meu jeito lerdo de raciocinar. Por isso eu tô correndo na chuva pra dizer que te amo, te ganhar ou ganhar (nesse caso não aceito perder) sem engano, eu preciso dizer que te amo e tô indo, me espera.
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
...
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Desses amores que a gente encontra...
A noite na
minha cidade sempre fora escura em demasia, e mesmo no verão fazia frio. Não
importava se era três ou quatro da manhã, eu sempre precisava de um casaco pra
vestir. Além disso, tinha a ânsia por um café, ou uma dose de vodka pura. Não
importava muito, aliás é certo dizer que traziam o mesmo efeito. Ressalvo que o
álcool me deixava mais alegre, enquanto o café, atenuava a minha solidão. Mas
no fim das contas e das coisas, a alegria e a solidão eram sentimentos
puramente falsos.
Meus passos sempre foram rápidos e firmes, eu nunca tinha um sentido, uma rota, um destino... Eu ia aonde a falta de senso e de sono me levava. Mas quando estava pra amanhecer, eu sempre me deparava com alguém. Mas naquela madrugada de verão, eu me deparei com ela.
Ela parecia ter saído de algum lugar, menos de uma casa comum, com gente comum. Podia ter saído de uma revista de moda, de uma história em quadrinhos ou até mesmo de uma novela clichê. Ela parecia mentira. Miragem. Eu não estava louco, mesmo tendo misturado vodka com café. Nem em meu maior estado de êxtase, teria inventado alguém feito ela.
Caminhava em passos leves, sozinha, pequena, calma, serena, sei lá. Enquanto ela vinha em minha direção, eu só conseguia pensar em coisa bonitinha. Coisas que eu evitava pensar desde a primeira desilusão amorosa. Quando ela passou por mim, eu a quis pegar no colo e a proteger do vento que batia em seus braços brancos e desprotegidos. Se ela quisesse, ela já me teria como amigo, namorado, marido e cúmplice. Porque com aquela tatuagem no braço, eu já sabia que ela era uma garota incrível, dessas que muito Zé manés como eu, só imaginam.
Eu quis saber o seu nome, seu telefone e endereço. Mas no meu íntimo, essas coisas pouco importavam, porque se fosse preciso eu mudaria seu endereço pro mesmo do meu. Eu quis saber se ela aceitaria um cigarro, mesmo eu tendo parado de fumar há mais de um mês. Eu quis saber se ela gostava de rock antigo, de noites de melancolia, do gosto que fica na boca depois de um café forte ou de um beijo de amor.
E ela passou, do seu cabelo avermelhado eu ainda me lembro bem, assim como de todo o resto. O cheiro se perdeu, até porque eu nunca cheguei a sentir. E isso é realmente uma pena. Eu a quis pra mim, eu quis dormir com ela, fazer amor com ela, fazer música pra ela, fazer cócegas e pela manhã de inverno amá-la mais uma vez. Mas o momento passou, aquela noite passou, ela passou andando do meu lado e eu anestesiado nada fiz. E hoje, as coisas continuam passando através dos dias, só o que não passa, é a vontade mórbida de voltar no tempo e oferecer um cigarro. Eu que parei de fumar há mais de um mês...
Meus passos sempre foram rápidos e firmes, eu nunca tinha um sentido, uma rota, um destino... Eu ia aonde a falta de senso e de sono me levava. Mas quando estava pra amanhecer, eu sempre me deparava com alguém. Mas naquela madrugada de verão, eu me deparei com ela.
Ela parecia ter saído de algum lugar, menos de uma casa comum, com gente comum. Podia ter saído de uma revista de moda, de uma história em quadrinhos ou até mesmo de uma novela clichê. Ela parecia mentira. Miragem. Eu não estava louco, mesmo tendo misturado vodka com café. Nem em meu maior estado de êxtase, teria inventado alguém feito ela.
Caminhava em passos leves, sozinha, pequena, calma, serena, sei lá. Enquanto ela vinha em minha direção, eu só conseguia pensar em coisa bonitinha. Coisas que eu evitava pensar desde a primeira desilusão amorosa. Quando ela passou por mim, eu a quis pegar no colo e a proteger do vento que batia em seus braços brancos e desprotegidos. Se ela quisesse, ela já me teria como amigo, namorado, marido e cúmplice. Porque com aquela tatuagem no braço, eu já sabia que ela era uma garota incrível, dessas que muito Zé manés como eu, só imaginam.
Eu quis saber o seu nome, seu telefone e endereço. Mas no meu íntimo, essas coisas pouco importavam, porque se fosse preciso eu mudaria seu endereço pro mesmo do meu. Eu quis saber se ela aceitaria um cigarro, mesmo eu tendo parado de fumar há mais de um mês. Eu quis saber se ela gostava de rock antigo, de noites de melancolia, do gosto que fica na boca depois de um café forte ou de um beijo de amor.
E ela passou, do seu cabelo avermelhado eu ainda me lembro bem, assim como de todo o resto. O cheiro se perdeu, até porque eu nunca cheguei a sentir. E isso é realmente uma pena. Eu a quis pra mim, eu quis dormir com ela, fazer amor com ela, fazer música pra ela, fazer cócegas e pela manhã de inverno amá-la mais uma vez. Mas o momento passou, aquela noite passou, ela passou andando do meu lado e eu anestesiado nada fiz. E hoje, as coisas continuam passando através dos dias, só o que não passa, é a vontade mórbida de voltar no tempo e oferecer um cigarro. Eu que parei de fumar há mais de um mês...
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Romance água com açúcar.
E depois disso tudo, eu às vezes deixo de ouvir minha bossa nova pra ouvir essa música, que agora me pertence, nos pertence. As batidas da música sintonizam com as batidas do meu coração e logo seu sorriso me vem à mente, não aquela risada desesperada de quando eu te faço cócegas, mas sim aquele sereno que você dá um segundo antes de me dar um beijo.
Você me fez mudar de ideia quanto a minha série predileta, você mudou a senha do meu email pro seu nome, você como todos os meus morangos, você dorme em cima do meu braço e deixa ele dormente, você abre a minha água com gás, você acaba com meu hidratante favorito, e acaba com a minha cara de brava, e acaba com os meus medos do futuro, e desfaz o meu coque, o meu ciúme, a minha cama... Você me desvira e vira meu mundo do avesso. Você me domina, me fascina, me morde e me sorri. E tudo começou com uma música, com uma dança. E hoje, sem você, o que seria de mim?
sábado, 4 de agosto de 2012
Daydreaming
A gente ri, conversa, se curte, se beija. E quando me
distraio, olhando atenta pra novela, você acaba dormindo. É sempre assim, e eu
acabei me acostumando. Você se encolhe debaixo da minha coberta, se ajeita no
meu sofá pequeno e ganha um sorriso meu, e nem ao menos sabe.
Respira calmo, tem uma expressão serena, pacífica, quase que angelical. Eu não
consigo olhar pra mais nada, a não ser você. Você toma toda a minha atenção pra
si, e nem percebe. E eu fico imaginando se isso é efeito do amor que sinto, ou
mais uma das suas trezentas e cinquenta e mil habilidades em ser bom, só pela
paz que me passa. E eu não vou parar pra dizer o quanto você é bom, porque
seria injusto com todo o resto.
Sinto uma emoção dentro de mim ao repassar em pensamento a sorte que tive ao te encontrar, que meus olhos se enchem, e assim transbordam. E é assim enquanto escrevo, digitando devagar, com medo de te acordar. Eu não devia chorar, eu sei. Eu não devia sentir nenhuma ponta de algum sentimento ruim indefinido. Eu não deveria ter dor de cabeça, enjoo ou cólica. Porque eu tive a sorte, a glória, a benção de ver você entrando e permanecendo na minha vida. E isso, é o suficiente pra anular qualquer coisa minimamente ruim no mundo, no meu mundo. Dia após dia, eu agradeço a Deus por ter você.
Você continua dormindo, sereno. Tão calmo, que ao menos parece ter imagens povoando seu sono. E então tenho a conclusão, meu amor, que enquanto você dorme, quem parece estar tendo um sonho sou eu. E o melhor, é saber que você vai acordar, sorrir pra mim e quem sabe me beijar até a hora em que não mais puder. E eu não. É tudo verdade, realidade. É tudo eu, tudo você. É tudo nós. É maravilhoso dormir, vivendo. Mas é inexplicável viver sonhando. E com você, além de qualquer coisa, isso é possível. Sem mais palavras amor, eu te amo.
Sinto uma emoção dentro de mim ao repassar em pensamento a sorte que tive ao te encontrar, que meus olhos se enchem, e assim transbordam. E é assim enquanto escrevo, digitando devagar, com medo de te acordar. Eu não devia chorar, eu sei. Eu não devia sentir nenhuma ponta de algum sentimento ruim indefinido. Eu não deveria ter dor de cabeça, enjoo ou cólica. Porque eu tive a sorte, a glória, a benção de ver você entrando e permanecendo na minha vida. E isso, é o suficiente pra anular qualquer coisa minimamente ruim no mundo, no meu mundo. Dia após dia, eu agradeço a Deus por ter você.
Você continua dormindo, sereno. Tão calmo, que ao menos parece ter imagens povoando seu sono. E então tenho a conclusão, meu amor, que enquanto você dorme, quem parece estar tendo um sonho sou eu. E o melhor, é saber que você vai acordar, sorrir pra mim e quem sabe me beijar até a hora em que não mais puder. E eu não. É tudo verdade, realidade. É tudo eu, tudo você. É tudo nós. É maravilhoso dormir, vivendo. Mas é inexplicável viver sonhando. E com você, além de qualquer coisa, isso é possível. Sem mais palavras amor, eu te amo.
Thainara C.
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